sexta-feira, 4 de abril de 2008






Era um sorriso enorme, um sorriso carmim que ela usava como se fosse uma jóia recebida à nascença.
Um sorriso tão enluarado que, mal o pressentiam, outros sorrisos começavam a nascer e, estranhamente, por momentos, ganhavam aquela expressividade quase transcendente.
Até as pessoas que habitualmente não sorriam, eram tomadas pela melodia silenciosa daquele sorriso e pintavam, em seus rostos, um esgar que desaguava invariavelmente em sorriso. E, por vezes, quase suspeitávamos que aquele sorriso não pertencia àquela pessoa, que alguém se enganara, talvez numa trocaabsurda, talvez numa iluminação impostora...
Só depois sabíamos ter presenciado o nascimento de sorrisos na alma e avistadoos seus passos, suaves mas ansiosos pelo (re)encontro de outros sorrisos irmãos.

Nenhum comentário: