Quando penso em esperas, sempre penso em bancos.
Mas sempre em dois bancos.
Assim como quando penso em solidão, sempre penso em bancos.
Num banco.Assim, as minhas esperas são sempre a dois. A minha solidão, às vezes não foi a um. Mas poucas. E já não me lembro. Agora, não.
Agora, quando penso em bancos, penso em dois bancos.
Sempre. E espero. Tornei-me numa impaciente que gosta de esperar.
Se alguém vir alguma contradição nisto eu posso explicar.
O meu problema está em saber explicar o que sinto. Enquanto espero.
Ah, o tempo. Só por acaso o tempo está cinzento. Quando espero o tempo nunca está.
Nunca dou pelo tempo, desde que aprendi a esperar.
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